Estados Unidos e União Soviética não entram em consenso no CSNU
O desenvolvimento diplomático do comitê segue de forma acirrada devido aos posicionamentos extremistas das grandes potências.
No dia 22 de outubro de 1962, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) se reuniu na sede da ONU em Nova Iorque visando discutir a crise dos mísseis, momento em que as grandes potências econômicas da Guerra Fria ameaçam um confronto direto entre si. Os delegados dos países discutiram propostas para articular um debate que poderia acarretar em um enfrentamento nuclear, pondo em risco toda a humanidade.
O governo soviético autorizou a instalação de bases de lançamento de mísseis nucleares na província de San Cristóbal, no extremo sul de Cuba, a 150 km dos Estados Unidos. Em resposta, o presidente dos Estados Unidos dirigiu o bloqueio naval a Cuba, ordenando que milhares de soldados ficassem de prontidão a qualquer ameaça.
Enquanto as duas grandes potências procuram, indiretamente, aumentar seu poder de expansão, os delegados dos países diretamente afetados, como Cuba e Turquia, além dos demais representantes pedem intervenção diplomática, tementes das possíveis consequências de um ataque entre EUA e URSS.
Mesmo com a tensão perante aos conflitos de interesses, delegados do Canadá e outros países sugerem um tratado de paz, frente a discussão sobre as condições de retirada dos mísseis para acalmar o psicológico mundial. Delegados soviéticos e estadunidenses se mostraram relutantes com a retirada dos escudos bélicos, reivindicando certas exigências “protetoras” a seus interesses e respectivos territórios.
A URSS se disponibilizou a ceder à possibilidade de um tratado de não-agressão, com a condição de que todas as bases armamentistas fossem retiradas de ambos os lados. Todavia, Estados Unidos e Itália discordam do desarmamento da base nuclear estabelecida na região do centro-sul europeu, dificultando todo o debate e, consequentemente, o cumprimento efetivo das propostas elaboradas para resolução do problema.

Mesmo com perigo iminente, as potências justificam seus motivos para a não retirada dos mísseis das bases, uma vez que não confiam em seus possíveis acordos.
Por Isadora Miranda e Maria Júlia Camargos

